A esmaltação a fogo em joalheria é utilizada desde a
antiguidade, com o objetivo de aplicar cores às joias. Era frequentemente
empregada em substituição a pedras preciosas. As primeiras cores a serem usadas
imitavam algumas gemas específicas como lápis lazuli, turquesa, granada.
O esmalte empregado nesta técnica resulta de uma combinação
de vidro incolor com óxidos metálicos que dão coloração ao vidro. Os metais mais utilizados para a esmaltação a
fogo são o cobre, a prata e o ouro. Quando aquecido a aproximadamente 800°C, o
esmalte torna-se líquido e adere à superfície do metal.
Os esmaltes podem ser
opacos, transparentes e opalescentes.
Existem várias técnicas de esmaltação. As mais aplicadas em
joalheria são:
1.
Basse Taille ( "baixo
entalhe") - padrões ou desenhos são gravados na
superfície do metal e, após a esmaltação com esmaltes transparentes, tornam-se visíveis através do vidro.
Brincos Vitorianos
2.
Champlevé ("campo
elevado") - são feitas depressões na peça pelo processo de
corrosão por ácido e o esmalte é aplicado nessas depressões, deixando áreas de
metal exposto. Esta técnica tem sido a mais popular forma de esmaltação.
Brincos em prata, citrino e esmaltação em champlevé, de Melanie Burrows
3.
Cloisonné ("cela", espaço fechado) - fios muito
delicados de metal são dobrados sobre um fundo em cobre, prata ou ouro,
formando desenhos. O esmalte é depositado dentro desses espaços fechados.
Pingente em cloisonné de Michael Romanik
4.
Grisaille: ("grisalho" ou
"acinzentado") - é uma forma de pintura com esmalte em tons
monocromáticos. Nessa técnica, aplicam-se sucessivas camadas de esmalte branco
em um fundo esmaltado preto, criando vários tons de cinza.
Taça e prato em porcelana da chinesa da companhia das índias. Decoração grisaille e ouro representando Santo Inácio de Loyola.
5.
Limoges - diferentes cores de esmalte são aplicadas na superfície do metal sem a separação
por fios ou relevos.
Vaso em porcelana, decorado com Limoges
e ouro.
6.
Plique-à-jour ("aplicado em espaços vazados" ou "membrana por onde passa a luz
do dia") - assemelha-se a um vitral em miniatura; as peças não possuem um
fundo para a proteção do esmalte. Foi uma técnica de esmaltação muito famosa na
época da Art Noveau.