quarta-feira, 8 de agosto de 2012

QUANDO O DIAMANTE É BRILHANTE E VICE-VERSA?


O diamante é  o mineral mais duro encontrado na natureza. A palavra diamante vem do grego ‘adamas’, cujo significado é “o invencível. O grau de dureza desse mineral é 10, valor máximo atribuído na Escala de Mohs.

Cabe aqui uma diferenciação importante entre dureza e tenacidade: dureza é a resistência ao risco e tenacidade e a resistência ao choque. O diamante não pode ser riscado, mas pode ser quebrado.

A estrutura do diamante é composta de apenas um elemento: o carbono, a mesma composição do grafite. O que torna o diamante tão duro, diferente do grafite, é sua estrutura molecular.

Estrutura molecular do diamante
 Estrutura molecular do grafite

I


O processo de cristalização do carbono, formando o diamante, ocorreu há bilhões de anos, em grandes profundidades com temperatura ao redor de 1300° C e pressão muito elevada. Nesse processo de formação, outros elementos químicos podem ter sido incorporados à sua estrutura, o que confere ao diamante cores variadas: azul, verde, vermelho, rosa, amarelo, incolor, etc.

Como é carbono puro, o diamante arde quando exposto a uma chama, transformando-se em dióxido de carbono. É solúvel em diversos ácidos e não pode ser derretido, exceto a altas pressões.

O diamante é encontrado em estado bruto. Por meio do processo de lapidação, ele é transformado em pedra preciosa. Como essas pedras refletem a luz, a lapidação deve ser feita da forma em que a luz seja melhor refletica, conferindo-lhe maior brilho.  A escolha de um tipo errado de lapidação pode fazer com que a pedra fique quebradiça ou sem o devido brilho.

As gemas apresentam três partes:
  • coroa: é a parte superior da gema. Possui uma faceta grande e centralizada, a mesa, e várias facetas menores laterais
  •  cintura ou rondista: é a parte mais larga da gema e que separa a coroa do pavilhão. A rondista pode ser facetada ou não. É através da rondista que a gema é engastada e na joia. A rondista e a mesa são paralelas entre si;
  • pavilhão ou fundo: é a parte inferior da gema, situando-se abaixo da rondista.


A lapidação pode ser dividida em três estilos: facetada, lisa ou mista.

A lapidação lisa tem duas formas, a plana e a cabochão. A lapidação em cabochão é feita de forma levemente convexa na parte inferior e a superior geralmente é arredondada. Esse tipo de lapidação é utilizado em gemas opacas, ou translúcida com algumas inclusões, e gemas que são mais destacadas se lapidadas em cabochão.



A lapidação facetada, ou em facetas tem três formas: brilhante, em degraus e mistas.

A lapidação em formato de brilhante apresenta 57 facetas,  sendo que todas as facetas (com exceção da mesa) têm formato triangular ou rombóide (semelhante a losangos ou com formato de pipa); o maior número de facetas está na parte inferior da pedra.

  
Na lapidação em degraus, todas as facetas (com exceção da mesa) têm formato trapezoidal e estão organizadas paralelamente à rondista da gema, tanto na coroa como no pavilhão, gerando aspecto de degraus sucessivos. As facetas próximas à rondista são maiores em largura, enquanto as próximas à mesa e ao fundo do pavilhão são menos largas.


Na lapidação mista, ocorre a combinação das modalidades anteriores numa mesma gema: a coroa é facetada tipo brilhante e o pavilhão é facetado em degraus, ou vice-versa.

Seja qual for a lapidação escolhida o importante é que ela seja bem feita, assim a sua pedra preciosa vai brilhar muito.

A lapidação brilhante foi idealizada por um físico, que definiu um corte ideal para os diamantes com base nos ângulo de incidência e refração da luz. Com esse corte ideal, a maior parte da luz que incide sobre a gema é refletida em direção ao topo da pedra, ressaltando seu brilho. Por isso, foi chamada de lapidação brilhante. Esse é o tipo de lapidação mais usado na joalheria, e por ser tão utilizado virou sinônimo de diamante, mas na verdade é apenas um tipo de lapidação. Por ser confundido com o  diamante, quando se usa a lapidação brilhante em outras pedras que não seja o diamante, é necessário informar  qual pedra foi usada na lapidação.

Eis, portanto, a resposta à pergunta inicial: o diamante é brilhante somente quando recebe esse tipo de lapidação; já, o brilhante é diamante, somente quando essa forma de lapidação é dada ao diamante.

Os diamantes são qualificados e valorizados observando-ses 4 C's:

- Cut: é a forma como foi lapidado, e a lapidação brilhante é uma das mais valorizadas.
- Carater: especifica a massa e o peso do diamante, medido em quilates (ct), equivalente a 1/5 de grama.
- Clarity: é o grau de pureza do diamante, de acordo com uma classificação internacional que varia de "IF/LC" (Loupe Clean ou Puro à Lupa), até o "P3", pedras com muitas inclusões, fissuras, falhas, facilmente observáveis a olho nu e que comprometem totalmente seu brilho.
- Color: refere-se à cor da pedra numa classificação que vai de "absolutamente incolor" ao "castanho". Há as cores fantasias, como os diamantes vermelhos, verdes e azuis, que por sua raridade alcançam altíssimos valores no mercado internacional. 

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