As joias podem ser confeccionadas
manualmente (processo artesanal) ou por meio de processos industriais, que são,
basicamente, quatro: estamparia, fundição por cera perdida, eletroformação e
correntaria. Mesmo nos processos industriais não se dispensa algum tratamento
manual, principalmente no acabamento.
PROCESSO ARTESANAL
A joalheria artesanal é o
processo pelo qual uma peça é confeccionada de maneira artesanal e única. O
ourives executa manualmente a peça desde sua construção, até o acabamento
final.
Este tipo de joia é feito geralmente sob encomenda
do consumidor que escolhe diretamente o desenho, material, acabamento e tipo de
joia. O resultado é uma peça exclusiva.
Na fabricação da joia artesanal
são realizadas operações diferentes tais como: fundição do lingote; laminação
para obtenção de chapas de ouro, prata, cobre, latão e todos os perfis
necessários na fabricação de joias; soldagem; limagem para desgastar, moldar o
metal mediante a ação uma lima; lixamento para eliminar rebarbas da joia, dar melhor
acabamento e uniformidade; polimento para dar acabamento à joia;
tratamentos químicos; tratamentos térmicos; trefilação para obtenção de fios e tubos de
pequenos diâmetros, utilizados na fabricação de correntes, detalhes em joias,
fechos etc. Cada uma dessas operações requer um tipo de equipamento
diferente.
limagem |
soldagem |
PROCESSOS INDUSTRIAIS
- ESTAMPARIA – uma peça matriz com o desenho a ser estampado é batida sobre uma lâmina de metal (prata, ouro, etc.), obtendo-se o formato desejado. Esse processo é destinado principalmente à produção em larga escala. Nas grandes produções industriais, são utilizadas prensas (excêntricas, hidráulicas ou de fricção) e matrizes com alto custo de produção.
brinco estampado |
- FUNDIÇÃO – é o processo de fabricação de peças metálicas que consiste essencialmente em encher com metal líquido a cavidade de um molde com formato e medidas correspondentes aos da peça a ser fabricada. Um criador de modelos talha uma joia, que servirá de molde para fazer uma fôrma de borracha para a produção de moldes de cera. Esse molde é levado para a injetora de cera que irá adicionando cera na máquina, formando vários moldes que agrupados chamamos de “árvore”, que então é colocada dentro de um recipiente metálico, onde é colocado gesso, e levado a um forno ligado em alta temperatura (100 graus aproximadamente). Depois que o gesso endurece, é feito um pequeno furo para que a cera derretida escorra, deixando nas cavidades internas do cilindro, o formato do molde da joia. Só então o ouro ou a prata (em estado líquido) é injetado dentro do molde. A seguir o gesso é dissolvido em uma lavagem a jato de água, revelando as joias, que a partir daí, passam por um tratamento de polimento, cravação de gemas e acabamento. Assim que a peça se solidifica, o molde é inutilizado. Por causa das características desse processo, ele também pode ser chamado de fundição por moldagem em cera perdida. É um processo para ser utilizado na produção de um grande número de peças com as mesmas dimensões umas das outras ou quando se quer uma cópia fiel de uma peça que pelos detalhes não é possível ser feita manualmente. A fundição permite a obtenção de peças com formas praticamente definitivas, com mínimas limitações de tamanho, formato e complexidade. Este processo pode ser empregado com os mais variados tipos de ligas metálicas, desde que elas apresentem as propriedades adequadas a esse processo, como por exemplo, temperatura de fusão e fluidez.
Fundição por cera perdida passo-a-passo |
- Possibilidade de produção em massa de peças de formatos complicados, difíceis ou impossíveis de se produzir por outros processos de fabricação.
- Possibilidades de obtenção de maior precisão dimensional e superfícies com melhor acabamento. Em muitos casos, as peças obtidas por esse processo chegam a dispensar outros processos, devido à qualidade do acabamento de superfície obtido.
- Possibilidade de utilização de praticamente qualquer metal ou liga.
- CORRENTARIA – antigamente as correntes eram feitas à mão e por isso costumavam ser grossas e desajeitadas. Com a ajuda de máquinas especiais, passaram a ser mais delicadas. Semelhante ao tricô, as máquinas criam pontos simples ou elaborados, formando correntes de diferentes modelos. A seguir, basta cortá-las no comprimento desejado, soldar as argolas terminais e colocar um fecho apropriado.
- ELETROFORMATAÇÃO – consiste em envolver, como um banho, uma peça em algum metal de forma que, após a retirada da peça original, obtenha-se uma peça idêntica, oca, leve e resistente. Como no processo de cera perdida, o primeiro passo da eletroformatação é a criação de um modelo da peça num molde de borracha, que recebe cera quente, gerando assim várias réplicas em cera. A seguir, essas réplicas são recobertas com uma fina camada de uma solução metálica que conduz eletricidade. Quando essas réplicas são colocadas dentro de uma solução especial, o ouro
éatraído para cima da cera. Faz-se, então, um pequeno furo em cada uma das joias, para que assim que elas forem expostas ao calor, a cera derreta e saia pelos orifícios. Essa técnica é indicada para a criação de peças muito grandes, porém muito leves.
borracha com réplicas em metalina |
Modelos entrando no líquido para receber ouro |